quinta-feira, 13 de março de 2014

Amplitude zero




Deixou a porta aberta para não se esquecer
Era dia de visita e ficara o dia empolgado
Menos triste que o habitual estando enjaulado.

Ela veio falante como de costume sem saber
Ou até poderia saber, bem lá no fundo,
Que não é e nunca foi uma boa ouvinte do ser.

Não importava para ele, pois queria ouvir alguém;
Falar enquanto permanecia preso em sua solidão
Nada além de ouvir qualquer coisa, sem desdém.
No entanto ela estava com pressa de ir-se então.

O recorde de vinte minutos fora quebrado por quinze...
Quinze minutos de entrar, reclamar, tagarelar, não ouvir!
Ninguém poderia lhe tirar o mastro de mártir
Gritou algo desconexo, deixou-o só, e foi-se.



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